A proposta para combater a dependência dos telemóveis na escola foi uma das três vencedoras do orçamento participativo de Leiria, iniciativa que mais uma vez não esgotou a verba disponível, segundo informação da Câmara.
O projeto, na tipologia “material” e com orçamento estimado de cerca de 205 mil euros, tem como área de intervenção a Escola Básica de Colmeias.
“Pretende-se, com esta proposta, combater a dependência dos telemóveis na Escola Básica de Colmeias, dinamizando diversas atividades desportivas, artísticas e culturais, que irão ao encontro dos interesses dos jovens”, lê-se no documento.
Entre as atividades desportivas estão “pickleball, ténis de mesa, basquetebol, voleibol, badminton, fronténis e teqball”, enquanto nas artes a proposta inclui “rádio escolar, música e dança”. Já na cultura, desenvolver-se-ão atividades relacionadas com jogos de berlinde, malha, petanca e jogos de tabuleiro.
Já na tipologia “verde ou imaterial”, a proposta que reuniu mais votos foi a intervenção num edifício devoluto no Largo dos 13, na freguesia da Bajouca, com um orçamento previsto de 225 mil euros.
“O edifício poderia ser intervencionado, remodelado e reaproveitado, para um pequeno espaço amplo e aberto para comerciantes que, em dia de feira, precisassem de cobertura para os seus artigos”, refere o projeto, explicando que “na parte superior, a cobertura poderia ser utilizada para aproveitamento, com painéis fotovoltaicos, para produção sustentável de energia verde”.
Na tipologia “jovem”, o projeto a concretizar, também na freguesia da Bajouca, é uma pista de corta-mato, num terreno junto ao campo de futebol, investimento no valor de 60 mil euros.
“Pretende-se criar uma zona que permita a prática da corrida, passear e passar tempo livre, sendo também um atrativo para outras freguesias”, refere a proposta.
Numa nota de imprensa, a Câmara de Leiria adiantou que, “com um total de 8.439 votos (mais 6.085 do que no ano passado), são três as propostas que irão ser executadas no âmbito do orçamento participativo deste ano”.
De acordo com a autarquia, as propostas representam “um investimento global de 489.307 euros (54% do montante total disponível)”, que é 900 mil euros. A verba restante ficará afeta à edição do próximo ano.
Este ano, foram apresentadas 29 propostas, tendo o júri admitido 23 para votação, após verificação do cumprimento das normas de participação.
À agência Lusa, a vereadora com o pelouro da participação cidadã, Catarina Louro, destacou hoje “o envolvimento crescente da comunidade leiriense” no orçamento participativo, quer na apresentação de propostas, quer na votação.
“Nos últimos três anos, quatro, temos vindo de facto a insistir muito na importância do orçamento participativo”, declarou, explicando que este tem na sua “comissão consultiva, que acompanha todo o processo, representantes de todos os partidos que têm assento na Assembleia Municipal”.
Assinalando que nesta edição se triplicou o número de votos, Catarina Louro lamentou, contudo, que a verba afeta a esta iniciativa não esgote.
“No início do orçamento participativo não era possível, muitas vezes, executar na totalidade, porque eram colocadas a candidatura algumas propostas que depois teriam uma execução muito difícil por parte da Câmara Municipal e houve alguns problemas que foram sendo limados ao longo dos anos”, reconheceu.
De acordo com Catarina Louro, atualmente, “todas as propostas que estão a concurso e que possam ser vencedoras são, efetivamente, desenvolvidas e, portanto, o orçamento é executado”.
“Este ano, já estamos a falar praticamente em meio milhão de euros a serem executados e, portanto, estamos muito satisfeitos porque nunca tivemos uma taxa tão alta”, adiantou a vereadora.