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Sexta-feira, Dezembro 6, 2024

Cinema em curta-metragem assinala os dias mais curtos do inverno

Para celebrar o formato da curta-metragem, e assinalar o solstício de inverno no hemisfério norte, várias cidades portuguesas acolhem esta semana as sessões de cinema, no programa “O Dia Mais Curto”.

Esta é uma iniciativa da Agência da Curta-Metragem, inspirada numa ideia semelhante em França, destinada a divulgar e a valorizar o formato da curta-metragem, e este ano voltam a ser propostos quatro programas de filmes, portugueses e estrangeiros, para todas as idades.

Esta iniciativa existe há uma década em Portugal e as sessões acontecem ao longo do mês de dezembro, mas concentram-se sobretudo nesta semana para coincidir com o início do inverno, quando o período do dia é mais curto do que o da noite.

Um dos programas é centrado no cinema português, com quatro obras: “Mistida”, de Falcão Nhaga, “2ª. Pessoa”, de Rita Barbosa, “By Flávio”, de Pedro Cabeleira, e a animação “Sopa Fria”, de Marta Monteiro.

“A inegável qualidade das curtas-metragens portuguesas tem sido reconhecida e premiada em festivais de cinema por todo o mundo. O programa aqui apresentado traz-nos diferentes reflexões sobre problemas permanentes na sociedade atual, através da ficção e animação”, refere a organização.

Há ainda programas dedicados a filmes de outros países ou com filmes muito curtos para os mais novos.

Mértola, Ourém, Paredes de Coura, Portalegre, Figueira da Foz, Madalena (Pico), Vila Real ou Sardoal são algumas das localidades que aderiram à iniciativa. E algumas das entidades envolvidas promovem também sessões especiais.

É o caso do Cinema Trindade, no Porto, que exibirá na quinta-feira “Os Salteadores” (1993), um filme de animação de Abi Feijó, inspirado num conto de Jorge de Sena e que cumpre 30 anos desde que se estreou no festival Cinanima.

“Aproximando-se o ano de comemoração dos 50 anos do 25 de Abril [de 1974], esta curta-metragem leva-nos a refletir sobre questões fundamentais relacionadas com identidade, política e resistência, oferecendo uma visão sagaz das sensibilidades ideológicas do regime fascista português”, sublinhou a organização.

A sessão contará com uma conversa, moderada por Jorge Campos, com a presença de Abi Feijó, da realizadora Regina Pessoa e de outras pessoas ligadas à produção do filme.

A Cinemateca Portuguesa, em Lisboa, programa, também para quinta-feira, uma sessão que junta filmes recentemente digitalizados, no âmbito do projeto FILMar, a “criações contemporâneas que colocam em perspetiva a relação do cinema com o mar”.

Entre as escolhas para esta sessão estão “As palavras derretem-se na água” (1998), de Pedro Senna Nunes, “Sal sem mar” (1959), de Fernando Duarte Portugal, e “São Miguel 1924 – Um filme de família” (1924), de Charles Mallett.

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