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Quarta-feira, Novembro 19, 2025

Mulheres entre o trabalho e a maternidade: a exigência que nunca acaba

A pressão para que as mulheres correspondam a expectativas impossíveis continua profundamente enraizada na sociedade contemporânea. Exige-se que trabalhem como se não tivessem filhos e que cuidem dos filhos como se não tivessem um emprego. Esta contradição, presente tanto no mercado laboral como na esfera doméstica, cria um ciclo contínuo de culpa, exaustão e autoexigência que poucas conseguem verbalizar, mas que muitas vivem diariamente.

Especialistas em igualdade de género defendem que a verdadeira emancipação não se alcança quando as mulheres fazem tudo, mas quando a responsabilidade do cuidado deixa de ser exclusivamente feminina. O problema nunca foi falta de competência ̶ foi excesso de exigência. A ausência de políticas robustas de conciliação e a persistência de uma cultura que valoriza o sacrifício silencioso contribuem para manter este desequilíbrio estrutural.

Num país onde a natalidade continua a cair e o desgaste emocional aumenta, o futuro não pode ser sobre ‘ter tudo’, mas sobre poder escolher sem culpa. Trabalhar e ser mãe não deveria ser um ato de sobrevivência, mas uma experiência humana equilibrada, apoiada por famílias, empregadores e pelo próprio sistema. Para muitas mulheres, a verdadeira mudança só chegará quando deixarem de ter de provar todos os dias que são suficientes.
Fontes: Reflexão inspirada em conteúdos de @a___psicologa (Instagram) e debates atuais sobre igualdade de género.

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