O Município de Leiria reclamou, esta quinta-feira, junto da Comissão Técnica Independente (CTI) a construção do futuro aeroporto a norte do rio Tejo e a inclusão da Base Aérea de Monte Real no lote de localizações em análise para a localização do futuro aeroporto.
Esta posição reforça uma missiva no mesmo sentido enviada ao primeiro-ministro António Costa, dia 7 de outubro de 2022, na sequência da apresentação do Projeto de Alta Velocidade Ferroviária, que contempla uma paragem em Leiria.
No documento enviado à CTI destaca-se que, tendo em conta que Leiria, ao ser contemplada com uma paragem da Alta Velocidade, fica a apenas a 40 minutos de Lisboa (e 50 do Porto), a Base de Monte Real passa a reunir condições para ser encarada numa dupla perspetiva: Por um lado, como opção de localização do futuro aeroporto, ou, por outro, como base de dimensão regional, especialmente vocacionada para assegurar serviço aeroportuário à Região Centro, atualmente a única região do País sem aeroporto, registando uma crescente procura internacional.
“Acreditamos que, perante este novo contexto, Leiria poderá dar um contributo para a resolução do estrangulamento que Portugal regista neste momento no que diz respeito à capacidade aeroportuária, configurando Monte Real uma alternativa de implementação em prazo mais curto que as alternativas até agora conhecidas”, refere o documento.
Refira-se que o presidente da Câmara Municipal de Leiria, Gonçalo Lopes, tem vindo, de forma insistente, a defender a abertura da Base Aérea de Monte Real ao tráfego civil, uma pretensão antiga de amplo consenso nesta região.
Gonçalo Lopes tem igualmente vindo a defender que o futuro aeroporto deve localizar-se a norte do rio Tejo, realçando que existe apenas uma infraestrutura aeroportuária internacional a norte, sendo que uma escolha a sul do Tejo deixaria uma imensa região [entre os rios Tejo e Douro] desprovida de um aeroporto que alimente a mais que justa ambição de crescimento, desenvolvimento e abertura ao mundo da população aqui residente.
Refira-se que a Sul do Tejo, encontram-se 1.980.199 residentes, correspondentes a 19% da população nacional, enquanto a norte residem 7.877.394 pessoas, o que corresponde a 76% da população.
“Entendo que, perante este cenário, a Base Aérea de Monte Real deve ser considerada como uma solução válida a incluir na avaliação, sendo, na minha ótica, a que melhor defende o interesse nacional”, acrescenta Gonçalo Lopes, realçando que hoje em dia as distâncias não devem ser medidas em quilómetros mas sim em minutos.