A Câmara de Alpiarça vai ter, em 2023, um orçamento “sem ficções” e de “rigor”, na ordem dos 13 milhões de euros, para a concretização de medidas que a socialista Sónia Sanfona considera essenciais para o desenvolvimento do concelho.
O orçamento, aprovado pelo executivo municipal de Alpiarça (Santarém) com os votos favoráveis dos três eleitos socialistas e a abstenção dos dois vereadores da CDU, ronda os 13 milhões de euros, mais 1,3 milhões de euros do que o que vigorou este ano.
Na reunião do executivo municipal, cuja gravação foi acedida hoje pela Lusa, Sónia Sanfona referiu as circunstâncias difíceis que marcaram a elaboração dos documentos previsionais para 2023, com aumento da inflação, das taxas de juros e dos custos com a eletricidade e o gás e a necessidade de conseguir incluir os projetos e as medidas mais necessárias para o desenvolvimento do concelho.
Classificando este como um orçamento “de continuidade”, a autarca afirmou que o objetivo é reforçar a capacidade financeira do município e aproveitar o acesso a fundos comunitários, em particular do Programa de Recuperação e Resiliência (PRR), que proporciona financiamento a 100%.
Sónia Sanfona lembrou que os municípios de pequena dimensão, como é o caso de Alpiarça, têm dificuldade em gerar receita suficiente para fazerem investimento sem recorrerem a fundos comunitários, pelo que o seu executivo procurará “esgotar as possibilidades” oferecidas pelos instrumentos de financiamento disponíveis.
Além do reforço das funções sociais, os documentos incluem projetos como os que se inserem na reabilitação urbana e no âmbito da Estratégia Local de Habitação, na área da educação, dos transportes públicos, com inclusão da verba que se destina à comparticipação na constituição da empresa intermunicipal da Lezíria, ou da eficiência energética.
A autarca elencou, ainda, projetos na área ambiental, como a intervenção na albufeira dos Patudos e os projetos na Reserva do Paul da Gouxa, o aumento e alteração da gestão dos espaços verdes.
A presidente da Câmara de Alpiarça referiu a Casa-Museu dos Patudos como âncora na área do turismo, património e recursos endógenos, sendo vontade do município que venha a integrar a Rede Nacional de Museus, para passar a contar com financiamento da administração central.
Na área da economia e do emprego, Sónia Sanfona disse estar a ser revisto o regulamento da Zona Industrial, para aproveitar a “centralidade enorme” desta infraestrutura e procurar ultrapassar os constrangimentos provocados pela não conclusão do Itinerário Complementar (IC) 3.
Para a CDU, que se absteve, os documentos representam as opções da maioria socialista, sinalizando o aumento das despesas correntes pelo segundo ano consecutivo, da ordem dos 1,5 milhões de euros em dois anos.