O filme “Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo” recebeu o prémio mais cobiçado na 34.ª edição dos Prémios da Associação de Produtores, na antecâmara dos Óscares que serão entregues em 12 de março.
O prémio Darryl F. Zanuck para Melhor Produção de Longa-Metragem coloca o título protagonizado por Michelle Yeoh na linha da frente para ganhar o Óscar de Melhor Filme, num ano com fortes competidores.
Os Prémios da Associação de Produtores (PGA Awards, na sigla inglesa), entregues esta madrugada no Beverly Hilton, em Beverly Hills, são considerados um “termómetro” com sensibilidade apurada para os Óscares, dado o formato similar de votação dos membros e o histórico de alinhamento entre vencedores.
Desde 2009, apenas em três ocasiões o filme que foi premiado pela PGA não coincidiu com a escolha dos membros da Academia.
O produtor de “Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo”, Jonathan Wang, agradeceu aos dois realizadores Daniel Scheinert e Daniel Kwan quando aceitou a estatueta, chamando-lhes a sua mão direita e esquerda.
“Não consigo fazer isto sem vocês”, disse, creditando-os pelo ambiente de alegria e criatividade nas filmagens.
“Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo” já tinha ganho na noite anterior a estatueta de Melhor Filme na 6.ª edição dos Hollywood Film Awards, da Hollywood Critics Association, e em janeiro recebeu a mesma distinção nos prémios da Associação de Críticos (Critics’ Choice Awards).
A noite também foi de consagração para Guillermo Del Toro e a sua versão de “Pinóquio”, que venceu na categoria de filme de animação.
O veterano mexicano reafirmou a sua convicção de que a animação é um género para todas as audiências, não só para crianças, e disse que este foi “um ano fantástico para a animação”.
O prémio mantém a toada vencedora do filme de animação da Netflix, que tem ganho praticamente sempre que é nomeado nesta temporada, desde os prémios da Associação de Críticos aos Globos de Ouro e aos BAFTA.
Também o documentário sobre o opositor de Vladimir Putin na Rússia, “Navalny”, ascendeu ao topo com o prémio para os produtores Odessa Rae, Melanie Miller, Diane Becker e Shane Boris. O documentário, da CNN/Warner Bros, está nomeado e é um dos grandes favoritos para os Óscares.
Na ficção para televisão, os produtores de “The White Lotus” (HBO) foram os vencedores na categoria de melhor drama, batendo “Ozark”, “Severance”, “Andor” e “Better Call Saul”.
“The Dropout: A História de Uma Fraude” (Hulu) levou a estatueta para melhor minissérie, enquanto a melhor comédia foi “The Bear” (FX).
Já “Weird: A História de Al Yankovic” (Roku) ganhou melhor filme para televisão ou streaming.
Na categoria de não ficção venceu “Stanley Tucci: Searching for Italy” (CNN), enquanto “Last Week Tonight with John Oliver” (HBO) voltou a ser considerada a melhor na categoria de variedades e “Lizzo’s Watch Out for the Big Grrrls” (Amazon Prime) venceu melhor série de jogos e competição.
A cerimónia, que decorreu numa noite de chuva e frio relativamente atípicos em Los Angeles, teve uma audiência ilustre que incluiu Cate Blanchett, Michelle Williams, Amanda Seyfried, Austin Butler, Sandra Oh, Mindy Kaling, Michelle Yeoh e Guillermo Del Toro.
O evento incluiu ainda um prémio “Milestone” para Michael De Luca e Pamela Abdy, da Warner Bros., parceiros de longa data com uma extensa carreira na produção.
A Associação de Produtores entregou também o Prémio Stanley Kramer aos produtores de “Till”, o Prémio de carreira em televisão Norman Lear a Mindy Kaling, e o Prémio David O. Selznick a Tom Cruise.
Os Prémios PGA distinguem o trabalho feito por produtores de cinema e televisão no último ano.
Segue-se a cerimónia do Sindicato dos Atores (SAG Awards), que decorre este domingo, 26 de fevereiro, numa temporada de prémios que culmina com os Óscares a 12 de março.