A presidente da câmara e da concelhia do PS de Torres Vedras repudiou hoje a posição de Caldas da Rainha, Óbidos e Rio Maior, defendendo que o seu bairrismo não defende o interesse de todos os cidadãos da região Oeste.
“Esta manifestação de Caldas e Óbidos é desagradável porque cria um divisionismo que vai prejudicar naturalmente todos os utentes e a decisão relativamente ao hospital”, afirmou Laura Rodrigues à agência Lusa.
Para a autarca socialista, aqueles municípios, que aceitaram que a Comunidade Intermunicipal do Oeste (OesteCIM) encomendasse um estudo para apontar as melhores localizações e o perfil assistencial do novo hospital e enviasse as conclusões ao Ministério da Saúde, “estão agora a pô-lo em causa” e a “quebrar a unanimidade na própria OesteCIM”.
Laura Rodrigues sustentou que Caldas da Rainha (independente) e Óbidos (PSD), a que se veio juntar Rio Maior, estão a “misturar questões técnicas com questões de natureza política e partidária” e “isto não é absolutamente nada ético, nem há fundamento para a defesa desta natureza, porque na realidade o Oeste sul tem um número de utentes superior”.
A autarca torriense mostrou-se “desagradada” com a posição daqueles três municípios, quando Torres Vedras, o concelho servido pelo Centro Hospitalar do Oeste mais populoso, “teria condições para receber o hospital” e não tem reivindicado localizações ideais em prol de toda a região, aceitando as conclusões do estudo que foi feito.
Laura Rodrigues, que quer discutir o assunto na quinta-feira na reunião do conselho executivo da OesteCim, lembrou que se trata de um “hospital de fim de linha”, com mais meios e valências do que os atuais, evitando a transferência de doentes para os hospitais centrais mais próximos, motivo pelo qual é preferível uma localização central dentro da região.
“Estamos a apelar que a comissão responsável por analisar o estudo tome a decisão da melhor forma ainda que tenhamos a noção de que a melhor localização não será no norte da região, porque o novo hospital tem de servir 60% dos utentes, que estão a sul e, nesse sentido, Torres Vedras abdicou de reivindicar a localização do novo hospital no seu território a bem de todos no Oeste”, sublinhou.
Em comunicado, o PS de Torres Vedras considerou que “a saúde nunca poderá ser usada como arma de arremesso político” e tem de gerar consensos, criticando a “política de bairrismo como está a ser tratada a saúde no Oeste”.
Os socialistas lembraram a necessidade de uma localização central para o novo hospital, tendo em conta a população servida e o tempo de deslocação.
Numa conferência de imprensa conjunta, os municípios de Óbidos, Rio Maior e Caldas da Rainha defenderam a localização do novo hospital do Oeste neste último concelho, e alertaram o Governo para a necessidade de “ter em conta critérios mais alargados” do que aqueles que foram analisados no estudo do futuro hospital do Oeste, cuja decisão o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, anunciou que será divulgada até ao final de março.
O estudo, encomendado pela Comunidade Intermunicipal do Oeste, aponta o Bombarral (no distrito de Leiria), como a localização ideal para o hospital que deverá servir todos os concelhos do Oeste.