O PSD exigiu hoje que António Costa “dê uma explicação cabal” na Assembleia da Republica “já na próxima semana”, considerando que há uma “epidemia de crises políticas” no Governo socialista com 11 demissões em sete a nove meses.
Na sequência da demissão do ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, em conferência de imprensa, no Porto, o vice-presidente do PSD, Paulo Rangel, disse que “o primeiro-ministro não se pode esconder” e “tem de dar explicações ao país” no parlamento, na próxima semana, numa debate requerido pelos sociais-democratas.
“Doutor António Costa, o tempo não é de se esconder. O tempo é de responder (…). Nunca nos habituaremos a esta navegação à vista sem rumo. Nunca nos habituaremos a esta política de empobrecimento”, disse Paulo Rangel.
O social-democrata considerou que o Governo “deixou de governar” e está dedicado “à resolução de crises internas”.
“Esta é uma crise grave, muito grave. António Costa e o PS obtiveram maioria absoluta para criar um governo estável. Mas neste momento a maioria absoluta é um fator de instabilidade. Assistimos a uma epidemia de crises políticas com 11 demissões em sete/oito/nove meses”, disse o vice-presidente do PSD.
Paulo Rangel disse que este é um “recorde lamentável” e falou em “degradação política”.
A demissão de Pedro Nuno Santos foi conhecida na quarta-feira à noite, na sequência do caso da indemnização de meio milhão de euros recebida pela secretária de Estado Alexandra Reis quando saiu da TAP.
A saída do ministro das Infraestruturas do Governo aconteceu 24 horas depois de o ministro das Finanças, Fernando Medina, ter demitido a secretária de Estado do Tesouro, menos de um mês depois de Alexandra Reis ter tomado posse e após quatro dias de polémica com a indemnização de 500 mil euros paga pela TAP, tutelada por Pedro Nuno Santos.
“Face à perceção pública e ao sentimento coletivo gerados em torno” do caso da TAP, Pedro Nuno Santos decidiu “assumir a responsabilidade política e apresentar a sua demissão”, já aceite pelo primeiro-ministro António Costa, refere num comunicado divulgado na quarta-feira à noite pelo Ministério das Infraestruturas e da Habitação.