Jordan Santos afirmou que a lesão que sofreu o levou a pensar em desistir do futebol de praia, porém, espera que o “calvário” dos últimos dois anos esteja “finalmente ultrapassado” e que possa voltar a ser feliz nas areias.
“Pensei em desistir. Tinha muitas dores, mas, para além disso, custa muito saber que não posso dar muito do meu corpo para treinar no máximo e jogar sem qualquer limitação”, disse em entrevista à agência Lusa.
O jogador do Sporting de Braga sofreu uma lesão no menisco externo do joelho direito, em 2020, que o levou a afastar-se por longos meses.
O esquerdino regressou à competição na penúltima edição da Taça de Portugal, em 2021, e ainda iniciou a última época na divisão de elite, já este ano, mas uma recaída obrigou a nova paragem prolongada.
“O futebol de praia já estava a deixar de ser uma alegria, mas sim um sacrifício. Dessa forma, achei que o melhor mesmo era parar”, confidenciou, lembrando que jogava com dores no joelho, que, consequentemente, provocavam outras lesões.
Todavia, o nazareno diz-se agora “pronto” para voltar a fazer aquilo de que mais gosta.
“Sei que vou ter sempre de ter os meus cuidados, mas quero voltar melhor do que o que estava, dentro das minhas limitações”, atirou também, lamentando que, apesar de estar apto, a lesão lhe deixou “mazelas” com que terá de aprender a “conviver” dentro de campo.
Sobre o que considerou ter sido mais difícil naquela que foi “a mais dura competição” da sua carreira, Jordan Santos foi assertivo.
“Saber que agora estou um pouco limitado acabou por fazer mal à cabeça. No espaço de um ano e meio a dois anos, parece que tive de mudar o meu corpo todo por causa de uma lesão que sofri”, disse.
No entanto, suportado pela família, e motivado pelo amor à modalidade, o futebolista confessa que não podia desistir.
“Todo o processo foi muito duro, mas acredito, como os médicos me disseram, que se fosse outro tipo de atleta provavelmente teria já desistido, porque não é fácil”, revelou.
Ausente da competição, Jordan Santos salienta que foi “complicado” ver os seus colegas de equipa e da seleção portuguesa “do lado de fora”, mas garante que o futebol de praia é a sua “vida”, o que mais gosta de fazer e que, por isso, vai “lutar sempre e ter esperança de que tudo possa voltar à normalidade possível”.
Durante dois anos, o internacional português foi obrigado a duas intervenções cirúrgicas ao joelho, porém, afirmou, nenhuma “correu bem”, o que levou a um longo período de ausência.
“Espero que este seja o final do calvário”, atirou, colocando os “olhos” já no futuro.
Como o próprio salientou, “dificilmente veremos novamente o Jordan Santos de 2019 [que foi considerado o melhor jogador do mundo nas areias], porque as limitações são incontornáveis e difíceis de superar”, todavia, mantém a crença de que pode voltar a “estar perto” do seu “melhor nível”.
Em 2019, Jordan Santos foi eleito o melhor jogador do mundo pela Beach Soccer Worldwide, sucedendo a Madjer no restrito lote de portugueses que conquistaram o galardão – este ano juntou-se também Bê Martins –, e esse patamar volta a estar no horizonte do atleta que em Portugal alinha pelo Sporting de Braga.
“Acredito que ainda posso ser o melhor do mundo, porque as minhas ambições são as mais altas possíveis. Sei que, sentindo-me bem para jogar, posso estar num nível muito elevado e fazer a diferença como em 2019”, asseverou.
Para atingir novamente o nível exigido para nova coroação, Jordan Santos diz saber a “receita”.
“Treinando bem, com o ritmo que gosto de colocar, acredito que vou conseguir boas exibições que me poderão levar a estar novamente entre os melhores do mundo”, sublinhou, garantindo que para o conseguir sabe “a importância da conquista de títulos coletivos”.
“E esses sim, são os mais importantes”, rematou Jordan Santos, confiante de que o “calvário do para e arranca” esteja “finalmente” encerrado, e de que “quem quer muito, acaba sempre por ser recompensado”.