Vários cavaleiros, forcados e toureiros portugueses estão na Venezuela para participar no Carnaval Taurino da América, o evento mais importante da Feira Internacional do Sol de 2023.
A tourada, que começou na noite de sexta-feira, prolonga-se até 21 de fevereiro e homenageia a Virgem do Rocío. O evento conta com a participação de 14 integrantes dos Forcados Amadores de Elvas, Portugal, e do mestre toureiro português João Moura.
“Vou estar perto deles, para colocar a bandeira de Portugal. O estilo que trazem é exclusivo de Portugal e há oito anos que vêm a Mérida”, disse a cônsul honorária de Portugal naquela região à Agência Lusa.
Aurister Pinto explicou que “os forcados portugueses se tornaram uma sensação”. “O povo gosta deles e sentem uma grande emoção quando os têm por cá”, notou.
Por outro lado, o empresário taurino, José Luís Rodríguez, promotor da deslocação portuguesa, explicou à Agência Lusa que é a oitava vez que promove a representação portuguesa e que “o público agradece muito”.
“O propósito é fomentar a afeição pela arte equestre. Apoiamos e promovemos sempre a cultura portuguesa, a tourada portuguesa”, disse, precisando que foi cavaleiro em Lisboa, no Campo Pequeno, e que é originário de uma família de toureiros portugueses.
José Luís Rodríguez disse que o evento decorre na “Praça de Touros Monumental de Mérida Román Eduardo Sandía”, com a participação de conhecidos toureiros internacionais e sublinhou que naquela cidade há um parque temático chamado Lusitanos, “em honra do cavalo luso”.
Em declarações à Agência Lusa, o forcado António Machado explicou que chegou à Venezuela há três dias, e que em Mérida “há um ambiente muito interessante, com muita gente”.
“Já há uma relação de amizade com a empresa que organiza as corridas e somos muito bem acarinhados, porque cá não há forcados. É um ambiente diferente do que vivemos em Portugal, há muitas emoções e os aficionados vivem isto de uma maneira muito intensa”, explicou.
Por outro lado, o mestre toureiro João Calado explicou que os Forcados Amadores de Elvas são um “grupo raiano” que começou no ano 2000 apadrinhado pelo falecido cavaleiro Joaquim Batinhas. “Todos falamos espanhol perfeitamente e as pessoas ligaram-se connosco desde o primeiro dia, de uma maneira espetacular”, apontou.
“Esperamos triunfar, representar o nosso país da maneira mais elevada possível, mas fazê-lo muito detalhadamente, dentro e fora da praça”, disse o toureiro que fez questão de vincar que estão na Venezuela graças “a uma família incrível” de empresários.
Segundo João Calado, a corrida de cavalos local ganhou força com a participação portuguesa. Os forcados são admirados e têm uma ligação muito forte com as pessoas, ao ponto de nas feiras de Mérida venderem porta-chaves com o nome dos participantes portugueses, adiantou.
“É uma parte de Portugal que vai à casa das pessoas. Temos muito orgulho em representar esta fantástica e muito especial arte que é portuguesa. A nossa cidade é o nosso escudo e aquilo que representamos. Obviamente que, fora de Portugal representamos a nossa nação”, disse.
Por outro lado, o cavaleiro João Moura explicou à Agência Lusa que é a primeira vez que está na Venezuela, mostrando-se agradecido pela forma como está a ser acarinhado.
“Encaro o compromisso com muita expectativa, muita ilusão e muita responsabilidade (…) com muita vontade de entrar na arena, triunfar e fazer desfrutar o povo venezuelano e os portugueses”, disse João Moura.
Moura, de 33 anos, explicou que aos sete começou nesta atividade e quem além de Portugal e da Venezuela, também já esteve em França, Espanha, Estados Unidos, México, Equador e Colômbia.