A primeira comunidade de energia para empresas e famílias foi hoje protocolada entre a Associação Empresarial da Região Oeste e a EDP, nas Caldas da Rainha, onde 1.800 painéis solares vão servir cerca de 200 empresas e famílias carenciadas.
Denominado “Comunidade da Rainha”, o bairro solar protocolado hoje será “a maior comunidade de autoconsumo coletivo em Portugal”, afirmou o presidente da AIRO – Associação Empresarial da Região Oeste, Jorge Barosa, na apresentação do projeto “inovador a nível nacional, e talvez europeu, por ser a primeira solução dirigida na sua maioria a micro e pequenas empresas e onde o setor social não foi esquecido”.
O projeto visa responder ao problema das micro empresas, “nomeadamente os comerciantes do centro da cidade, que não têm soluções competitivas a nível energético, porque em determinadas zonas dos centros históricos não é possível a colocação de painéis solares ou os telhados, pela sua dimensão ou orientação solar, não o permitem”, explicou o presidente da AIRO.
A comunidade de energia é apoiada pelo município das Caldas da Rainha, no distrito de Leiria, através da cedência de terreno, por um período de 25 anos, onde “estes comerciantes possam vir a ter uma solução para a sua sustentabilidade energética e redução de custos fixos na ordem dos 40 a 70%, consoante o seu setor de atividade e horário de funcionamento”, acrescentou Jorge Barosa.
No âmbito do protocolo assinado hoje com a EDP, a empresa anunciou, em comunicado, que “vai instalar uma central solar com cerca de 1 MWp (megawatt-pico) e mais de 1.800 painéis solares” para servir cerca de 200 empresas e entre 35 a 50 famílias carenciadas (identificadas e indicadas pela autarquia), que poderão “beneficiar de descontos entre 35% a 50% no preço mensal da sua energia”.
O secretário-geral da AIRO, Sérgio Félix, disse à agencia Lusa que “estão já inscritas 164 empresas associadas” e que a associação “está em condições de avançar com o pedido de licenciamento até ao final do mês”.
A Associação espera obter os pareceres positivos da Direção Geral de Energia e Geologia, da E-redes e da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) Centro até ao final do verão, para que a comunidade possa entrar em funcionamento ainda este ano.
Esta é “a primeira comunidade de muitas que a AIRO deseja implementar”, afirmou Jorge Barosa, numa conferência no Centro Cultural e de Congresso (CCC) das Caldas da Rainha, adiantando que a associação “está em negociações avançadas com os municípios de Alcobaça, Óbidos, Lourinhã e Cadaval, esperando que todos os restantes municípios da região Oeste adiram rapidamente ao projeto”.
Na conferência sobre “Energia Desafios e Oportunidades para 2023”, a associação lançou ainda a plataforma “AIRO Comunidade”, uma ferramenta ‘online’ onde vai disponibilizar às empresa soluções sobre Energia, matérias-primas, telecomunicações e recursos humanos, propondo-se negociar, em conjunto com empresas parceiras, condições contratuais mais vantajosas para os seus associados.